“Quem não tomou a segunda dose foi porque não quis”, afirma secretária de Saúde sobre os mais de 1 milhão de gaúchos com o esquema vacinal em atraso
Arita Bergmann afirma que não há falta de imunizantes no Estado e que municípios são responsáveis pela busca ativa de quem ainda não fez a D2
Apesar de uma estabilidade no número de óbitos por covid-19 no Rio Grande do Sul, a subida nos números de novas infecções preocupa o governo gaúcho. Segundo a secretária estadual da Saúde, Arita Bergmann, houve um aumento de 12% nos casos de setembro para outubro. A titular da SES é categórica ao relacionar esse aumento aqueles que não completaram o esquema vacinal com a segunda dose. No RS, são mais de 1 milhão de pessoas nesta situação.
— Quem não tomou a segunda dose foi porque não quis — disse Arita durante entrevista ao Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, nesta sexta-feira (12), destacando que não há falta de vacinas no Estado.
A faixa etária que mais preocupa a SES, destacou a secretária, é a de jovens adultos entre 20 e 39 anos. Uma pesquisa feita pelas equipes da pasta em unidades de terapia intensiva (UTIs) apontou que 81% dos internados não haviam feito a segunda dose da vacina anticovid. Arita lembrou ainda que a região de Pelotas e Cachoeira do Sul receberam, respectivamente, alerta e aviso por conta do aumento de casos e baixa vacinação dos jovens. Nessas regiões, metade dos adultos entre 18 e 29 anos não retornou para a segunda dose.
— Esse período de estabilidade nos dá uma alento que se deve à questão da vacina. […] Embora estejamos em estabilidade, não podemos afrouxar. A população tem que ter responsabilidade de cumprir os protocolos obrigatórios — completou.
A chefe da pasta da Saúde pediu ainda para que a população procure os postos em busca da dose de reforço, e alertou que o dever de fazer uma busca ativa é de responsabilidade dos municípios.
Sobre a terceira dose, Arita afirmou que, neste momento, apenas profissionais de saúde, pessoas de 60 anos ou mais e imunossuprimidos podem receber. A secretária revelou que dos 2,7 mil idosos hospitalizados, 92% não receberam a dose de reforço.
— Espero que havendo uma boa cobertura vacinal, nós possamos não repetir o período de março deste ano (onde as UTI do Estado atingiram 100% de ocupação e eram registrados recordes nos números de mortes pelo vírus).
Foto: Guilherme Testa
Fonte: Gaúcha ZH